sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Uma casa rosa na beira da rua.

É tão frágil.
Tudo é muito frágil.

Nós vivemos de maneira que nos provoca a melhor sensação possível. Nós fazemos as coisas que queremos. Nós sempre pensamos no que pode ser o melhor para nós e pensamos no que pode ser o melhor para as pessoas ao nosso redor. Vivemos em função das funções que escolhemos. 
Fazemos planos, fazemos escolhas, fazemos tudo o que nos dá vontade (e também o que não dá, e essa a gente faz mais). Vivemos como se os dias não acabassem nunca e nós teremos tempo pra tudo.
Acontece que talvez nosso tempo seja limitado. Nós nunca sabemos o dia de amanhã. O amanhã pode ser claro como um raio de sol ou pode ser escuro como o breu da noite. O tempo não pode ser parado e a vida não para. As pessoas não param de pensar em seus planos e não param de investir e criar e criar mil ideias pra daqui a dez, vinte, trinta anos.
E aí você está indo dar seu primeiro passo na vida e a vida resolve sair de você.
O nome da vida é vida porque ela um dia se vai.
E quando ela chega, o que você vai fazer? Você não escolhe, você não decide o momento.
De que serviram os planos? De que serviu o investimento?
Não digo que não é para ser feito, não digo que a vida é feita de Carpe Diem. Mas as vezes abrir mão de alguns planos e aproveitar a vida lá fora não é de tão ruim. A vida é frágil, mas o que não é? Um dia você pode estar nadando num mar de rosas olhando para um rosto e sorrindo. Depois o mar de rosas pode criar espinhos e o rosto que antes sorria não está mais ali.
Há quem diga que as coisas acontecem por um motivo. Eu digo que nós fazemos o motivo pras coisas acontecerem.

Não falava com ela há muito tempo, mas eu lembro de seu sorriso. Eu era chamado de "cu" durante todo o tempo que eu passei naquela casa durante os poucos meses que frequentei. 

Ainda bem que as lembranças ficam. Até porque, nós somos feitos de que, senão lembranças?

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