Devaneios da madrugada e parabolismos atuantes me fazem olhar pra minha parede mais uma vez. Ela está muito diferente do que ela já foi um dia, me lembro de que meus melhores textos vinham quando eu não pensava. Apenas fitava a parede até ela me conduzir meus dedos pelas teclas. A parede me fazia pensar ou eu considerava isso uma desculpa para dizer que eu estava escrevendo sem um raciocínio lógico? Será que eu escrevo pensando sempre? Não sei muito sobre pensar. Não gosto muito de pensar. Quanto mais eu penso mais eu quero parar de pensar.
É difícil de aceitar certas coisas que pensamos e gostaríamos de não ter pensado. A vida seria muito mais simples se a gente simplesmente aceitasse 90% das coisas e não ficasse pensando nas outras. Deixar se levar e ver onde dá. Mas não dá pra fazer isso pra sempre. Certos momentos é necessário rever suas ações e o caminho que está sendo traçado na sua frente. Se você está olhando para um lugar mas não consegue enxergar a trilha pra chegar lá, quer dizer que tem algo errado aí. Mesmo o mais desequilibrado dos bobos sabe que não se anda por um caminho inseguro e incerto sem nem ao menos souber onde pisa.
Meu chão ainda está meio esburacado com muitas curvas e armadilhas. Mas meu caminho está mais claro que um raio de sol, mesmo com todos esses desafios.
As vezes a claridade nos cega.
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