sábado, 25 de agosto de 2012

Razão.

A precipitação que bate dentro das pessoas é um reflexo daquilo que acontece num pequeno pote de biscoito quando alguém balança tanto que se torna pózinho.
Aquilo tudo que fica dentro são vestígios do que já foi um dia um grande inteiro pedaço maciço.
Massinhas se tornam pedaços de comida. Eu prefiro com algum molho incluso.
Seus pés cansados podem ficar relaxados com uma pequeno aperto de polegares em formatos circulares.
O despertar da vida acontece de madrugada durante uma sonolência quase corrompida com escadas e paraísos líricos. Não gosto do filho do filho do criador.
Já me passei por sanguessuga brilhoso ao mesmo tempo que já me passei por amante involuntário.
Se abdicar de uma peça única no mundo para provar que só existe uma coisa única pra mim.
Bolos bicolores que guardam monstros de bolso para prevenir desfelicidade e esconder uma camada de chocolate.
Estar olhando de baixo enquanto dorme e não conseguir relaxar preocupado se está coberta ou não.
Montar fotos e misturar anil com caramelo para sentir a vibração boa das cordas bambas.
Roubar computadores à milhas de distância para poder gastar minutagens de conversas enquanto gapeava casacos cor-de-barro seco.
Caixas com discos que elevam os astros e misturam as casas dos signos com paixão de criança.
Dividir lugares enquanto alquimistas nos mostram um futuro diferente daquele que nós sabíamos anteriormente.
Nas praias de vento numa casa de rua esburacada. Três cômodos. Um cômodo. Acomodei-me.
Dois velhinhos numa loja de discos. Fardas discriminativas.
Duas semi-irmãs surpreendendo pós-aula para vingar um filme nas escadas.
Um assassino correndo e fugindo, pulando e lutando.
Festas juninas reatáveis e coloridas.
Surgir contra apelando para a razão.

domingo, 19 de agosto de 2012

Um Animus não muito conectável para os outros.

Existem certos tipos de coisa que a gente pode chamar de certos tipos de coisa. Existem outras que não podemos chamar. Um certo tipo de coisa que queremos dizer pode ser qualquer coisa, só importa a gente ter algo para poder falar sobre um certo tipo de assunto. O problema consiste em você conseguir pegar esse assunto. Quando conseguimos esse assunto, nós conseguimos falar sobre essa coisa, e aí nós podemos dizer quais são as coisas que poderemos falar. E finalmente quando sabemos todas as opções de tudo aquilo que pensamos, temos deveras tipos de coisa na cabeça.

Minha vida pode ser resumida a fracassos e a vitórias. Não no mesmo número nem na mesma intensidade, mas podemos considerar que ambos aconteceram muitas vezes. Podemos dizer que eu já passei por muita treta e muitos momentos ruins, momentos que eu não gosto de lembrar, momentos que me fizeram me tornar quem eu sou hoje e ainda me faz crescer cada vez mais. Mas também já passei por muita coisa boa que também me ensinou muitas outras coisas, sem contar que as memórias são as mais gostosas possíveis. Memórias.

O que são memórias? O que é a experiência? Eu me deparo com certas dúvidas durante minha medíocre vida e fico me perguntando e me forçando a pensar nessas palavras e nos seus significados. A vida foi feita pra ser vivida. A vida é feita de sentimentos e realidade. A vida é feita de muitas mil coisas e ao mesmo tempo é feita de quase nada. Chega a ser tão simples que nós gostamos de botar um pouco de complexidade. A nossa vida se resume a vontade de criar memórias. É apenas isso. Seja criar memórias no dia de hoje ou criar memórias para um dia que vai chegar. Nós gostamos de viver para lembrarmos que vivemos. No final, o que fica sempre serão as coisas que fizemos, e não as coisas que queremos ou planejamos. As coisas que não fizemos não será gravada em lugar nenhum. Podemos dar um salto de um penhasco e conseguir se segurar do outro lado da montanha. Iremos nos lembrar de ter feito essa estupidez. Podemos tentar saltar e cair e morrer. As pessoas vão saber que você foi um idiota que tentou pular um penhasco. Mas se não pularmos ou fizermos nada (o que é o mais plausível para esse exemplo imbecil), nada irá ser cravado nas lembranças das pessoas. Não aconteceu nada e nem vai acontecer. Você não fez, você não agiu, você não implantou uma memória.

Claro que é muito gostosa a sensação de estar fazendo alguma coisa que você gosta. Todos nós amamos fazer aquilo que nos dá prazer. Seja sair com os amigos, andar sozinho por um lugar, ler, dormir, escrever, jogar ou qualquer outro exemplo que se encaixe nesse contexto. Você gosta de viajar com seus amigos pela experiência agradável que planeja ser. Mas no final, você repara que será realizado num curto período de tempo e que, quando você se dá conta, já passou. No final, você adquiriu memórias gostosas daquele evento. E as pessoas vão falar "vamos de novo!", "nossa, foi muito bom...", etc. E por que não fazemos de novo? Por que não colocamos mais memórias na nossa cabeça?

Memórias, lembranças... Somos feitos disso. Não estou dizendo que as pessoas vivam disso, apenas digo que é isso que faz uma pessoa. Não se vive de um passado. Você não é a mesma pessoa que você foi há um segundo atrás. A cada dia que passa, a cada vento que assopra em você, faz de você outra pessoa. Uma pessoa maior e diferente. Qualquer fato que acontece na sua vida, bom ou ruim, é uma experiência. Você trabalha com ela e faz-se outra pessoa.

Você não pode mudar nada daquilo que você já fez, mas você pode aprender com tudo e se transformar naquilo que você almeja ser ou conseguir fazer aquilo que você almeja fazer. Você tem o poder nas suas mãos e tem todas as lembranças das suas tentativas antigas na sua cabeça.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Miragens formadas por ondas luminosas que são rebatidas por um pedaço de metal com vidro na frente.

Eu conheci um menino que gosta de criar. Ele gosta de saber a opinião das pessoas e gosta de saber que as pessoas gostam do que ele faz. Ele gosta de ajudar as pessoas para poder receber um sorriso de volta. Ele gosta de retorno.
Eu conheci um menino que não sabe falar. Ele tenta de diversas formas se pronunciar e dizer o que pensa mas é vedado de diversas maneiras. Sua cabeça as vezes o limita e ele não se expressa da maneira que gostaria.
Eu conheci um menino que ficou olhando para o céu enquanto estava de baixo da chuva. Seus olhos não conseguiam enxergar nada e ele sentiu como se o alcance dele fosse nulo.
Eu conheci um menino que acha que tudo o que uma pessoa é capaz de escrever, é pra si. Ele explicou que não importa a sua inspiração ou a sua motivação Se você escreve algo, não é para ninguém além de você mesmo. Você pode buscar suas inspirações em pessoas, mas continua sendo algo feito para se aliviar. Você pode até mesmo escrever uma carta, mas isso nada mais é que a sua vontade de falar com alguém. Sua.
Eu conheci um menino que gostava de saber como o mundo funcionava. Ele achou que tinha encontrado sua vocação numa matéria de escola. Ele começou a ajudar os outros e viu que as pessoas saíam satisfeitas. Ele achou que isso seria o seu fruto de viver. Esse mesmo menino depois de uns anos percebeu que, o que ele gostava, era de ver as pessoas que ele ajudou se dando bem e agradecendo à ele. Ele adorava o reconhecimento.
Eu conheci um menino que era capaz de mudar o mundo. Que era capaz de fazer mil e uma coisas diferentes. Mas ele não lutava. Não que ele não fizesse nada, mas ele simplesmente não fazia. Um dia ele acordou pra vida, mas acordou tomando o maior tombo.
Eu conheci vários meninos. Cada um com uma história diferente. Cada um com um sorriso e um olhar diferente.
Todos dentro de um.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Uma casa rosa na beira da rua.

É tão frágil.
Tudo é muito frágil.

Nós vivemos de maneira que nos provoca a melhor sensação possível. Nós fazemos as coisas que queremos. Nós sempre pensamos no que pode ser o melhor para nós e pensamos no que pode ser o melhor para as pessoas ao nosso redor. Vivemos em função das funções que escolhemos. 
Fazemos planos, fazemos escolhas, fazemos tudo o que nos dá vontade (e também o que não dá, e essa a gente faz mais). Vivemos como se os dias não acabassem nunca e nós teremos tempo pra tudo.
Acontece que talvez nosso tempo seja limitado. Nós nunca sabemos o dia de amanhã. O amanhã pode ser claro como um raio de sol ou pode ser escuro como o breu da noite. O tempo não pode ser parado e a vida não para. As pessoas não param de pensar em seus planos e não param de investir e criar e criar mil ideias pra daqui a dez, vinte, trinta anos.
E aí você está indo dar seu primeiro passo na vida e a vida resolve sair de você.
O nome da vida é vida porque ela um dia se vai.
E quando ela chega, o que você vai fazer? Você não escolhe, você não decide o momento.
De que serviram os planos? De que serviu o investimento?
Não digo que não é para ser feito, não digo que a vida é feita de Carpe Diem. Mas as vezes abrir mão de alguns planos e aproveitar a vida lá fora não é de tão ruim. A vida é frágil, mas o que não é? Um dia você pode estar nadando num mar de rosas olhando para um rosto e sorrindo. Depois o mar de rosas pode criar espinhos e o rosto que antes sorria não está mais ali.
Há quem diga que as coisas acontecem por um motivo. Eu digo que nós fazemos o motivo pras coisas acontecerem.

Não falava com ela há muito tempo, mas eu lembro de seu sorriso. Eu era chamado de "cu" durante todo o tempo que eu passei naquela casa durante os poucos meses que frequentei. 

Ainda bem que as lembranças ficam. Até porque, nós somos feitos de que, senão lembranças?