terça-feira, 9 de novembro de 2010

Crossroad

As vezes dores de cabeça me ocorrem. Normalmente elas começam sem eu esperar. Estou com dor de cabeça agora, se não estivesse não estaria escrevendo sobre dores de cabeça. Faz sentido, não?
Acredito num mundo sem dores de cabeça, onde homens seriam felizes pra forçarem seus olhares por aí e não entrarem num estado estranho de problema de foco, o que pode causar um rompimento de vazos sanguínios em algum olho e fazer com que um olho fique absurdamente vermelho enquanto o outro fica branquinho feito papel.
Não coloquem papel no olho pra verificar se a cor é a mesma, não queremos que isso aconteça, não é?

Entre linhas, entre mentes, entre pensamentos me encontro num lugar escuro e, por acaso, estou sozinho. Metáforas vão e vem em minha cabeça e não consigo perceber por que eu me encontro sempre numa estrada de quinze rotas distintas, com as quais nenhuma delas me agrada. Então pego minha foice, meu facão, o resto da minha dignidade, meu culhões, minha coragem, minha cara-de-pau, minha ignorância e minha ingenuidade e parto por uma opção que, inicialmente, não era uma opção.
Quem sabe esse caminho não possa me levar para algum mundo almejado ou para algum lugar apropriado? Gostaria de ler mentes, gostaria de ler livros, gostaria de ler quadros tanto gostaria de ler química e entender. Gostaria que você que estivesse lendo entendesse o que escrevo tanto quanto gostaria de saber o por quê de você estar lendo. Não escrevo com sentido, mas no final sempre rola um. No final de todo texto escrito no mundo vai chegar alguma pessoa, lê-lo e interpretar de uma maneira que o escritor de forma alguma pensou naquilo quando escreveu. Gostaria de saber quanta maconha há armazenada na cabeça das pessoas quando elas fazem isso.
O caminho que eu escolhi, quem sabe, pode até agrupar mil caminhos. Viu, vou conseguir fragmentos dos quinze que não escolhi e mais novecentos e oitenta e cinco outros, quem diria? Ou seriam novecentos e oitenta e quatro, já que eu criei um novo? Ou será que os mil caminhos não coincidem com aqueles previamente já vistos. Pelo menos eu sei que ele se relaciona com o caminho que eu escolhi, podendo ou não conter algo que já fora previsto ou planejado e, como eu quiz, descartado.
Quando eu opto por não entrar em um dos caminhos já vistos, estou negando um futuro pressuposto. Quando as coisas são palpáveis, elas são agradáveis, simples e cansáveis.
Aprendi com meu mestre que não sabe que é meu mestre, já que ele não sabe que sou aprendiz dele e coisa e tal, que a beleza das coisas está na criação de sua imagem e na beleza eterna de seu conteúdo. Ambos devem coexistir gerando uma perfeita harmonia escrota e bem homosexual. Diga-se de passagem, quem fez o homem pensar? Por que pensamos? Para onde vamos? Por que vamos? Você escolheu ser você? Eu escolhi ser eu? Eu sou eu por que eu gosto de ser eu? Eu sou você? Não, amém. Acredite, nem você gostaria de ser eu (provavelmente você não quer mesmo ser eu e riu e me sacaneou agora). Você é você, eu sou eu, eles são eles. Eu não gosto de alguns eles e mesmo assim aceito o que eles são. Não gosto de muitas formas de pensar, rejeito muitas formas de agir, mas as pessoas agem, as pessoas pensam e não cabe a mim controlá-las. Cabe a mim simplesmente falar o que eu penso e as vezes completar meu pensamento com um palavrão contendo a expressão final da minha opinião.

Quando você escolher seu caminho, não faça como eu que pega o facão e o que resta da dignidade. Pegue logo um trator para alargá-lo e leve sua dignidade inteira.

6 comentários:

  1. Gostei do seu texto, e da maneira como você trata da humanidade abstrata, e seus traços naturais, juntamente com sua essência e...
    ok, não sou um literário bom o suficiente para interpretar seu texto. ASHUSAH

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  2. Cada um tem uma perspectiva diferente sobre o mundo e o senso-comum, não sei explicar como o livre arbítrio funciona pra cada um e se ele existe puro como no dicionário, mas penso que todo mundo tenha, pelo menos, dois "caminhos" idealizados: o que quer e o que não quer seguir. os outros novecentos e oitenta e cinco mil são todos derivados desses dois extremos, por isso concordo que, uma hora ou outra, esses caminhos possam se cruzar e até te fazer mudar de rota, né.
    Gosto de acreditar na coincidencia, sei lá, acho que essas coisas "predeterminadas" são só expectativas que foram atingidas. Mas também acredito em destino porque sou dessas e acho o significado bonito.
    Não vou me prolongar aqui porque seu post me deixou reflexiva e nem sei se meu comentário fez algum sentido heh

    Só queria destacar: "Aprendi com meu mestre que não sabe que é meu mestre, já que ele não sabe que sou aprendiz dele e coisa e tal, que a beleza das coisas está na criação de sua imagem e na beleza eterna de seu conteúdo."

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  3. Tenho que parar de mandar comentários e sms grandes assim.

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  4. Na essência do simplório, habita a complexidade. #reflita

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  5. pensar nos leitores que compreenderão isso me assusta e me preocupa. será que eles precisarão mesmo de maconha armazenada? tô surpreso com teu texto. de arrepiar, parabéns,

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  6. Por que eu estou cercada de gente que escreve melhor que eu? [AAA]

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